Natureza





António
Nobre



Portugal
16 Ago 1867 // 18 Mar 1900
Poeta
41 Poemas

A Poezia do Outomno

Noitinha. O sol, qual brigue em chammas, morre
Nos longes d'agoa... Ó tardes de novena!
Tardes de sonho em que a poezia escorre
E os bardos, a sonhar, molham a penna!

Ao longe, os rios de agoas prateadas
Por entre os verdes cannaviaes, esguios,
São como estradas liquidas, e as estradas
Ao luar, parecem verdadeiros rios!

Os choupos nus, tremendo, arripiadinhos,
O chale pedem a quem vae passando...
E nos seus leitos nupciaes, os ninhos,
As lavandiscas noivam piando, piando!

O orvalho cae do céu, como um unguento.
Abrem as boccas, aparando-o, os goivos...
E a larangeira, aos repellões do vento,
Deixa cair por terra a flor dos noivos.

E o orvalho cae... E, á falta d'agoa, rega
O val sem fruto, a terra arida e nua!
E o Padre-Oceano, lá de longe, prega
O seu Sermão de Lagrymas, á Lua!

Tardes de outomno! ó tardes de novena!
Outubro! Mez de Maio, na lareira!
Tardes...
Lá vem a Lua, gratiae plena,
Do convento dos céus, a eterna freira!

António Nobre, in 'Só'





    Então disse Deus:
    "Cubra-se a terra de vegetação:
    plantas que deem sementes
    e árvores cujos frutos
    produzam sementes de acor­do com
    as suas espé­cies".
    E assim foi.
    A terra fez bro­tar a vegetação: plantas
    que dão sementes de acordo
    com as suas espé­cies,
    e árvores cujos frutos produzem
    sementes de acordo
    com as suas espécies.
    E Deus viu que ficou bom.

    Gênesis 1:11-12


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